sexta-feira, 20 de julho de 2007

VISANDO A VISAR

Fantasmas!
Habitem sua casa
não enrruguem o meu rosto
pois tenho que viver.

Vampiros!
Ao sugarem minhas cargas,
D´agua vos aviso!
Sei onde carregar.

Não temo porque
tamanho é o termino
disso tudo.

Tamanha é a cólica
desta coisa
que completa e consiste
de maneira coincidente,
em não querer consertar.

O vibrar do versejar
vem do V maiúsculo da vontade,
e por estas linhas vejo vaidosamente
que posso velejar pra longe
viajar fronteiras
vos expulsar!

Novo Monte

A CHAVE

Insisto em esquecer a chave
mestra da incerteza
que abre o meu pensar

Sem pesar a consciência
esqueço tais caminhos
assim fico leve, sozinho
sem tal chave achar

E daí?
Serves pra confundir
caminhos, portas, atalhos
pra que seguir?

Ah! Chave mestra incerta
circulas por todas as mesas
esconde-se por todos os cantos
não queres me achar

Cansei de te procurar!
Agora contemplo a vida
sem labirintos, sem andar

Mas de novo me apareces!
tudo bem...
venha cá.

Novo Monte

RUÍDOS

A inspiração se foi
tento algo bom escrever
bloqueiam-me a mente mortais
homens como eu
você

O telefone toca
outra vez é demais!
sigo tentando ficar,
bem pra escrever
com sentimento
com alma
sem medo de errar
em paz

Agonia do mundo escuta-me!
Deixe-me pelos céus contemplar
a minha passagem aqui
sim! eu quero marcar!


Para que possas sentir,
sonhar
e assim poder ver
o amor fluir
a paz reinar


Novo Monte

EN-COMA


Anestesicamente perdido
des-encontro todos os eixos
des-conecto já os que tenho
des-percebo variáveis
de-várias formas
des-congestionando
tais particulas.

Invólucro estou
em meu fluido
de infinitos figurantes
de não-contabéis formas
extraviado em êxtase
exaltado, exumado
posto a prova.

Meu simulacro faz-me crer
que esta gaia sensitiva
de sensata, é matéria
que os fatos, feito artérias
canalizam emoções.

Ainda resido aqui
Gaia encantada!
distorces minha ótica
semi-desfigurada e faz-me rir
de desespero

Maldita cólera espelhada
ainda espalho-te com
equilibrio!
ainda expulso-te
com luz!


Novo Monte

HERE

Here,
at this time,
Alone.
Finding a deep and empty space
in my universe.
Waiting to transform those
emotions in fear.
Here i stand
to devil i cry
and beg to the stars
a better place to insert
a magical content
in my magical box.
Novo Monte

PRA VOCÊ SEM PORQUE


Mente que eferve
em pura poesia
pode até não ser a mais bela
Ah! sangr-a-mente
sangria!

Versos e rimas pertencem
mas necessários não são
porque quando sai d'alma,
o amor que sentes
isso sim toca
aquele...
o tal coração

Foi feito pra ti
com acordes em fundo
dissonantes ou não
em compasso tranquilo
espero que gostes
prazer! sou paixão!

Em forma de letras elétricas
isso vem
pois é um recado
meio desajustado
pouco equilibrado
razão-emoção

Acho que já chega
sempre tem um final
em f-i-m tudo acaba mesmo

mas este
sem ponto final

quer saber amigo
até logo

Tchau.

Novo Monte

AMOR-SE-UTILIZAR


Ah! Como amo vocês
irmãos de raça
credo e cor

Inoperantes ou não
marcados ou não pela dor
Engravatados ou sujos
no mar do diheiro
ou no betume da vida amarga
no ardor

Vida! que seria de mim sem amar!
outras imagens similares
olhares, pensenes
gestos e acordes
preenchendo minhas arterias
de ilusão, de paixão, de pesar

Nefasto seria se me ocultasse
meio a magia de minha bruxaria
que sopra o feitiço da dor
que exala lágrimas dele mesmo!
do amor!

Aqui estou para ligar
sinapses nervosas
de neurônios apáticos
que nos separam
que nos ocultam a forma clara e calada
serena, delicada
do bem e do belo
E assim não o temeremos...

...Momento!

Conexões surgirão do além mundo
eletrificando o sentir
encorajando a verdade
pulsando de forma sadia
para humanos assim
interar

É sim!
é o que é!
de transparo
de claro
sutil e sensual
o amar!


Novo Monte

POEMA DO SEM QUERER

Bloquear o espelho
é talhar-me a alma
Tratar é, sem calma
de escrever você

Poema bobo sem pra que...
me mordo, rasgo, desespero
vou ao céu e inferno
pra não deter você

Até o norte perco-te
pre-ocupo ocupando-me
em te fazer,
em retomar
atraente, belo e sutil
em teu caminhar
em teu dizer

Mas sempre dizes nada
não o que eu queira ler!
mesmo que não entenda
o mar, o sol e você
fico no teu caminho
pra no final te ver

Assim todo encorpado
conexo, firme! orgulhado!
mesmo sem significado
assim amo você.

Novo Monte

REFLEXÃO 2 PONTO ALGO

Retrato retroativo
de transgressões desmandadas
figurantes esquálidos se espalham
meio ao figurino passivo

O circo se forma
a platéia incentiva
e a amnésia plausível
esquece as recordações naturais

Matamos sim!
Eliminamos da esfera
o espelho que nos perturba

E basta que o vidro espelhado se parta
para que os sete anos de azar da inconsciência
se multipliquem em uma única vergonha

A de ser...
Humano
satírico
safado!

Ainda ouço o cheiro da pólvora...
Sinto o aroma das faces em choque...

Ensurdece a esperança
da paz reinar no plano
sensível a este hospede espelhado,
você.

Novo Monte

REFLEXÃO 1 PONTO ALGO


O Ar puro a quem respira
que se inspira em respirar
o ar-efeito de um dia cinza
aos que precisam sentir
amar

En-canto formo
e a forma recalco
conduzo o canto
de certo modo ao espanto
à um lugar coberto
sem visão, cansado pela a-ção
predatória da ilusão
do pensar

Melhores os dias que não esperam
o tempo...
Sábias as noites que não veêm a luz
luar...
Estes sim existem, sem ferir
nem perdoar
serenos calam-se,
veêm passar

Cantamos então
Marchamos assim
Entre uma agonia Umbral
e os campos verdes de aroma floral
que transpassam a antiga fronteira bilateral
da imagem
dos sentidos
da loucura
inconstante
em agir
ou só estar.



Novo Monte

AQUI ME ENCONTRO


Perto de ti, não sei agir
como um navio afundando sem reação
meio a um mar delicado, entregando-se ao silêncio.

Aqui me encontro, perto do fim
no fundo inspiro, os momentos finais
a sua imagem me persegue
assim mesmo, sem querer.

Aqui eu fico, no azul sereno do mar
sem saber ao certo, se um dia poderei sentir
sua presença, sem me perder.

Acredito então, que ao fim
ficarei aqui, neste mesmo lugar
sozinho, distante
a me ofuscar, seus olhos
seu riso
me calar.

Aqui me encontro.
no silêncio, na mágoa molhada
sem poder, ter o poder
te amar.

Novo Monte

SEM LUCIDEZ

Vou dormir
gostaria até de ficar mais
hoje é outro dia
o transe já acontece
o caos continua o mesmo

Não consigo mais escrever
durmo frente ao texto
vou dormir e por algumas horas
estarei em coma
de volta à cama
sem lucidez

Ontem acordo como a manhã
amanhã estarei ali
como hoje aqui
sem lucidez

Não me perturbe
conturbe o meu dia pixando os meus olhos
de betume negro
talvez assim enxergue melhor

sem imagens
sem lucidez.

Novo Monte

AOS VINTE E OITO

Vinte e oito dias e noites
submisso ao senhor,
Tempo

Preso aqui,
Espaço

Devo declarar que;
cada vez me emociono mais em saber
que o que acho que sei, se fragmenta em estilhaços
prolixos sem alguma resposta que conforte o meu ser.

Não sei.
Talvez perguntaram se eu gostaria de Ser,
mas já que estou, peço desculpas por diferir e reclamar
do vazio que preenche a minha máquina compulsória de imagens.

O vibrar é nostalgico,
todavia,
nem mesmo sei quanto a captações
e emanações de frequências.
Pois se tudo aqui é regado a amnésias
multiplamente facetadas
em fragmentos desconexos,
que sempre nos levam a registrar o texto sobre o texto...

Por isso digo aos vinte oito dias e noites
que continuo aqui, até que decidam
devolver-me a lucidez plena
para que por favor eu possa
me acalmar,
para que o fervilhar sensório
note que cansei;
de ter que confábulos
Confabular!


Novo Monte

CONVERSANDO PARTE 1

Fugi pra cá por que não tive saída
por que não quis conversar
só converso comigo
sou eu um amigo
amigo de cela
de tantas horas inquietas
de tantos degraus abaixo
de poucas ladeiras acima.

Posso estar louco
e você me diz que já o sou
por que saber tanta coisa
sobre como não saber nada
Sei que não sou diferente
muitos são como eu
aflitos,covardes, incrédulos
mas pelo menos amantes
do escondido amar

Mas me diga você meu amigo por que quis vir?
Já que estou que pelo menos eu faça bem!
Mas não faço...
A minha mágica está em mim
em fantasiar-me, em criar imagens
em mim, para mim, junto comigo
eu e você, juntos!

Brigamos, com ou sem discórdia
pedimos juntos misericórdia
mas não me ajudas quando a hora
chega e fico sozinho a lutar!

Se me escutastes quem dera um pouco
talvez não estivesse recolhido
talvez tivesse um amigo
pra assim amar

No momento penso em me deixar
como sei que isso não acontece
penso em parar, não parar pra pensar!
parar pra parar de parar em pensar.

Meus anjos entregaram o cargo
se eu acho que sei cuido-me eu!
o problema que acho que estou morrendo
externa-a mente padece
interna-a mente confunde
porque não te entendes comigo
porque não podes me amar?
aqueles vivem bem
trata pois de espelhar!

Pra que escutar-me?
o que quer está aqui
nestas linhas
a minha inquietação...

Novo Monte

M-EU MUNDO

O meu mundo é sufixo
feito de coisas longínquas assim
que não se resolvem por si
que traçam linhas feitas de vidro
cobre e jasmim

O meu mundo é moderno
composto de éter, fagulhas
e regado de inverno
pro mar vou sem hesitar
pois duvidar é o caminho
do assim chegar

O meu mundo chega aonde mesmo?
Na caldeira ilusória do sonhar?
Ou será a anestesia de não aceitar,
a louca normalidade apática do pensar?

O meu mundo sou eu!
eu e mais outros,
sonhos sem cessar
onde encontro o desassossego
a agonia de querer mudar
o que eu ainda não sei
realmente onde buscar
no meio de tantos pobres!
luxuosos, feitos gente
são mortos e não sabem
não sabem de fato colher,
não sabem o que,
plantar.

Novo Monte